sexta-feira, 5 de junho de 2015

SOBRE RESISTENCIA,PERSISTENCIA DE UM SINTOMA OU PROBLEMA E MUDANÇAS


Sobre resistência, persistência de um sintoma ou problema e mudanças.
Olá amigos!
Existe uma frase que é atribuída a C. G. Jung – e que infelizmente eu não consegui localizar em qual livro – que é fantástica para considerarmos algumas questões importantes do nosso funcionamento mental e emocional. A frase diz o seguinte: “O que você resiste, persiste”. Procurando pela versão original, encontramos a inglês, que é a versão literal: “What you resist, persist”.
Como não poderia deixar de ser, no alemão é um pouquinho diferente: “Wogegen du deinen Widerstand richtest, dem schaffst du Bestand”. Em uma tradução livre, teríamos:
“Aquilo contra o qual você aponta a sua resistência, consegue permanecer”.
É claro que o sentido da frase é o mesmo, mas ao mesmo tempo, as nossas associação acabam não sendo idênticas a partir da frase como é comumente traduzida e como é originalmente. Afinal, traduzir é trair, como diz o famoso ditado:“Traduttore, Traditore”. Porém, isto não é culpa do tradutor, e sim das diferenças entre os campos semânticos de uma língua e outra.
Enfim, voltemos à frase.

Aquilo contra o qual você aponta a sua resistência, consegue permanecer

Para explicarmos, então, o sentido da frase fica mais fácil se pegarmos alguns exemplos. O conceito de resistência na psicanálise descreve um comportamento no qual o paciente, instigado a falar sobre qualquer coisa que lhe vier à cabeça pela associação livre, resiste e não quer falar. Como se dissesse para si mesmo e para o seu analista: “eu não quero pensar nisso”.
O problema é que isso que não se quer pensar não vai simplesmente sumir e desaparecer. Um exercício simples consiste na seguinte atividade:
“Nos próximos cinco minutos, não pense – de forma alguma! – na sua mãe”.
Faça a experiência e depois nos conte. Acontece parecido quando temos uma preocupação qualquer e queremos nos ver livre do conteúdo da preocupação. E é aqui que entra a frase do Jung: “Aquilo contra o qual você aponta a sua resistência, consegue permanecer”.
Se aponta a sua resistência para a sua mãe, e não quer ou não pode pensar nela, paradoxalmente, você vai pensar muito mais nela. Não só porque você tem que pensar primeiro para conseguir não pensar, como você está em uma luta interna com um conteúdo que está dentro de você, na sua cabeça. Não é a mesma coisa do que afastar um objeto no mundo externo.
Como aquela frase que diz:
tiririca

Aceite para mudar

A partir do que falamos acima, surge a questão: como fazer então se aquilo que não queremos ver, sentir, tocar é aquilo que vai conseguir permanecer?
Bem, é extremamente simples. Aceitar para mudar. Ser sincero – consigo mesmo – para encontrar a própria verdade. Dizendo deste modo pode parecer moralista, mas não é.

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