quarta-feira, 28 de novembro de 2012

''Perguntas Estranhas são Tendência em Seleção'', Afirma Especialista



''Perguntas Estranhas são Tendência em Seleção'', Afirma Especialista

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Na entrevista do emprego dos seus sonhos você ouve a pergunta: "Se você fosse um personagem de desenho animado, qual seria e por quê?". A maneira correta de responder a questões esquisitas como essa é o tema do livro "Você É Inteligente o Bastante para Trabalhar no Google?" (Zahar,259 págs., R$ 44,90 )

O autor, William Poundstone, físico formado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), estudou os métodos de seleção de grandes companhias como Google, Bank of America e Walmart.
O título é uma brincadeira com a seleção da gigante de tecnologia Google, que avalia conhecimentos técnicos em questões como pensamentos divergentes e algoritmos, mas também mede o bom senso e o humor dos candidatos.
Veja os principais trechos da entrevista:
Folha - Questões extravagantes podem medir o quê?
William Poundstone - Elas testam se o candidato está alerta, se tem bom raciocínio e se tem bom senso. Em muitos casos, existe mais do que uma boa resposta.
Entrevistadores preferem mais perguntas em aberto, de modo que não há uma resposta única memorizável que as pessoas podem olhar em um livro ou na Internet.
Folha - É importante ter bom humor?
William Poundstone -Definitivamente, o humor causa grande impressão. Houve estudos que mostraram que os entrevistadores são influenciados pelo humor, pela aparência e pela linguagem corporal, mesmo quando juram que não são.
Folha - Esse estilo de questionário é uma tendência mundial?
William Poundstone -Com certeza. Eu recebo e-mails de pessoas no Brasil, na Índia e na China dizendo que ouviram esse tipo de pergunta em entrevistas.
Folha - No livro, o senhor fala das triagens preliminares dos testes tornassol [que medem qualidades consideradas prioritárias pelas empresas]. Eles são uma forma de saber se o candidato conhece a companhia?
William Poundstone- Entrevistadores gostam de saber se o candidato se preparou para a entrevista e parte disso é saber algo sobre a empresa. Entrevistadores do Goldman Sachs são conhecidos por pedir aos candidatos o preço da empresa na bolsa de valores.
William Poundstone- Um entrevistador de tecnologia me disse que ele sempre pergunta aos candidatos a emprego o que eles pensam do produto da empresa. Um candidato disse que ele tinha olhado o site e o produto não lhe interessava. E pior, ele estava entrevistando os pretendentes do cargo de vice-presidente de marketing.
Folha - Em relação às questões de desafio mental, a intenção é saber se o candidato é capaz de encontrar um caminho lógico?
William Poundstone- Acima de tudo, os entrevistadores querem entender como o candidato pensa. Por essa razão, esperam que o entrevistado forneça, passo a passo, o roteiro de como resolveria problemas.
Folha - A criatividade também é altamente valorizada?
William Poundstone- O Google, por exemplo, tem uma cultura de valorização da criatividade e da colaboração. De certa forma, as entrevistas são testes de personalidade. Eles querem ter certeza de que você pensa em maneiras novas de agir e que trabalha como um time.
Folha - As questões de algoritmo são usadas para verificar se o candidato tem capacidades de planejamento?
William Poundstone- Há questões nas quais se pergunta algo como "faça o design de um plano de evacuação para São Paulo", isso significa que alguém que pode responder a essa questão com ideias sensatas e tecendo-as em um plano, também vai ser bom em gerenciar um negócio.
Folha - Quem não gosta de matemática geralmente se dá mal em questões de desafio mental?
William Poundstone- Não necessariamente. As pessoas que não gostam de matemática geralmente concorrem a carreiras com exigências técnicas menores, como vendas ou relações públicas, desse modo, as perguntas avaliam mais o bom senso do candidato. Mas de fato, um pouco de matemática é útil.
Folha - Há empresas que usam também perguntas divergentes nos testes. A quantidade de respostas possíveis é enorme. Como o candidato deve agir?
Esses testes de pensamento divergente são muito parecidos com testes psicológicos de criatividade. Realmente as respostas são abertas, o candidato deve pensar em um grande número de soluções. Comece identificando uma meta que pode estar explícita ou não na pergunta.
Folha - E perguntas estranhas realmente selecionam os melhores?
Não existe critério 100% seguro. As empresas que pesquisei afirmaram que contratar é um jogo de azar, a crítica principal contra as perguntas extravagantes é que elas são injustas. Mas testes psicológicos provam também que elas funcionam em muitos casos de avaliação.

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