domingo, 28 de outubro de 2012

Capitalize a felicidade

Gestão em vendas

Capitalize a felicidade

Por Raúl Candeloro, Marília Zanim
Edição 10/2012
Capitalize a felicidade
Se sairmos por aí, perguntando qual é a definição de felicidade, cada pessoa nos dará uma resposta diferente. Os cientistas definem como “experiências de emoções positivas”, mas cada um tem memórias que dão definições muito pessoais.
Mesmo assim, é fácil reconhecer quando uma pessoa está feliz, principalmente no trabalho. O funcionário é mais produtivo, falta pouco e abraça as causas da empresa. Para que isso ocorra, o colaborador tem de buscar objetivos de vida que façam sentido, identificar oportunidades, cultivar uma postura otimista e de gratidão e manter relacionamentos sociais de valor.
Tendo isso em mente, existem várias maneiras comprovadas para melhorar o estado de espírito e elevar o nível de felicidade ao longo do dia – tanto seu quanto o da equipe de vendas. Shawn Achor, um dos maiores estudiosos sobre felicidade, passou uma década lecionando esse tema na Universidade de Harvard. O resultado está no livro O jeito Harvard de ser feliz (Editora Saraiva), no qual explica como podemos reprogramar nosso cérebro para nos tornarmos mais positivos e conquistarmos a vantagem competitiva de sermos felizes no trabalho.
Uma das primeiras conclusões do autor foi que é preciso encaixar a pessoa certa na atividade certa. Muitas vezes, isso é tão importante quanto a atividade em si. Estas são algumas sugestões de atividades que podem ser realizadas em busca do aumento da felicidade:
  • Medite. Neurocientistas descobriram que os monges passam anos meditando e, por isso, apresentam um maior crescimento do córtex pré-frontal esquerdo, a principal parte do cérebro, responsável pelo sentimento de felicidade. Você não precisa se tornar um monge, mas pode passar cinco minutos por dia acompanhando sua respiração. Enquanto faz isso, tente ser paciente e, se perceber que está se distraindo, procure voltar ao foco. A meditação requer prática, mas é uma das intervenções mais poderosas para alcançar a felicidade, pois nos minutos de meditação vivenciamos sentimentos de calma e de contentamento.
  • Encontre algo para aguardar com expectativa. Um estudo revelou que as pessoas que simplesmente pensavam em assistir a seu filme preferido aumentavam seus níveis de endorfina em 27%. Muitas vezes, a parte mais agradável de uma atividade é esperar por ela. Sempre que precisar de uma descarga de felicidade, lembre-se de suas férias, da próxima viagem ou do próximo evento que está por vir. Antecipar recompensas do futuro pode acionar os centros de prazer do seu cérebro tanto quanto a própria recompensa.
  • Adote gestos conscientes de bondade. Inúmeras pesquisas empíricas demonstraram que atos de altruísmo reduzem o estresse e contribuem para uma melhor saúde mental. Sonja Lyubomirsky, importante pesquisadora e autora do livro A ciência da felicidade, descobriu que pessoas que realizaram cinco atos de gentileza no decorrer de um dia relataram sentirem-se muito mais felizes. Para fazer isso, escolha um dia da semana e comprometa-se a realizar cinco atos de gentileza, realize-os deliberada e conscientemente. Não precisa ser nada grandioso. A autora exemplifica dizendo que um de seus atos preferidos é pagar pedágio para o carro de trás na estrada. Ela acredita que “vale muito a pena pagar dois dólares a mais para combater os efeitos negativos do estresse provocado pelo trânsito”.
  • Injete positividade no seu ambiente. O ambiente físico pode ter um enorme impacto sobre nosso estado de espírito e bem-estar. Pense em quais sentimentos seu escritório inspira. As pessoas enchem as mesas de fotos de pessoas queridas não apenas pela decoração, mas para garantir uma dose de emoção positiva cada vez que olharem em direção às imagens. Reservar um tempo para dar um passeio em um belo dia de sol também resulta em uma enorme vantagem. Um estudo revelou que passar 20 minutos ao ar livre quando o tempo está bom não apenas eleva nosso estado de espírito positivo como também amplia o pensamento e melhora a memória operacional. Os melhores chefes encorajam os colaboradores a dar uma saída do escritório pelo menos uma vez ao dia e colhem os benefícios na forma de um melhor desempenho da equipe.
  • Exercite-se. A atividade física pode melhorar o humor e o desempenho no trabalho de inúmeras maneiras, aumentando a motivação e intensificando sentimentos de controle, reduzindo o estresse e a ansiedade. Caminhe, pedale, corra, jogue, alongue-se, pule corda... não importa, contanto que se mantenha em movimento.
  • Gaste dinheiro (mas não com “coisas”). Ao contrário do ditado popular, o dinheiro pode, sim, comprar a felicidade, mas só se utilizado para fazer coisas e não simplesmente tê-las. No livroLuxury fever, Robert Frank explica que apesar de os sentimentos positivos que obtemos de objetos materiais serem efêmeros a ponto de chegarem a ser frustrantes, gastar dinheiro em experiências, especialmente naquelas que envolvem outras pessoas, produz emoções positivas ao mesmo tempo mais significativas e duradouras. Ou seja, o dinheiro gasto em atividades – como shows de música ou jantares com os amigos – gera muito mais prazer do que compras materiais, como sapatos, televisores ou relógios caros. Outra pesquisa apontou que gastar dinheiro com outras pessoas, a chamada “despesa social” também aumenta a felicidade. Faça um exercício sobre como você costuma gastar o seu dinheiro: trace duas colunas em uma folha de papel e monitore suas compras ao longo do próximo mês. Você gasta mais com produtos ou com experiências? No fim do mês, reveja cada coluna e pense no prazer que o gasto proporcionou e por quanto tempo. Você poderá, rapidamente, querer realocar dinheiro da coluna “ter” para a coluna “fazer”.
  • Exercite um de seus pontos fortes. Todo mundo é bom em alguma coisa, possui um talento especial. Cada vez que utilizamos uma habilidade, não importa qual seja, vivenciamos uma descarga de positividade. Se você estiver precisando de uma boa dose de felicidade, recorra a um talento que passou um tempo sem usar. Quando 577 voluntários foram encorajados a escolher uma de suas forças características e utilizá-la de um jeito diferente todos os dias durante uma semana, eles se sentiram significativamente mais felizes e menos deprimidos do que os grupos de controle. E esses benefícios perduraram: mesmo depois do fim do experimento, os níveis de felicidade permaneceram mais elevados por até seis meses. Estudos constataram que quanto mais você utiliza seus pontos fortes característicos na vida cotidiana, mais feliz é.                        
É possível perceber, então, que a felicidade é subjetiva, que cada pessoa terá o seu próprio propulsor de felicidade predileto. Se alguma dica o agradou, adote-a agora mesmo.
Colaboração: Evelise Toporoski

Para saber mais

  • Livro: O jeito Harvard de ser feliz
  • Autor: Shawn Achor
  • Editora: Saraiva
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Autor(a):
Raúl Candeloro
Raúl Candeloro é palestrante e editor das revistas VendaMais e Liderança. Autor de vários livros, é também diretor executivo da Small Giants Community, diretor do Instituto VendaMais e sócio-diretor da empresa de consultoria Solução Comercial.

Autor(a):
Marília Zanim
Marília Zanim - é formada em administração com especialização em marketing. Atua como gerente editorial da Editora Quantum e editora-executiva da newsletter Gestão em Vendas.

e-mail: marilia@editoraquantum.com.br

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